sábado, 21 de janeiro de 2012

53 - Demonologia



"Convencionou-se chamar de demonologia aos estudos que versam sobre os demônios!"

O demônio existe verdadeiramente nesta dimensão? Quem é ele?

Segundo os textos bíblicos, o demônio existe e é um anjo caído, expulso do Paraíso para o Inferno por tentar combater Deus.

Na realidade, quando tratamos de um assunto tão delicado, cujas origens aparentemente remontam à criação do mundo, devemos ter muito cuidado e caminhar sem pressa, observando tanto as questões teológicas quanto as místicas.

O mal é o oposto do bem, uma aversão às coisas perfeitas e lógicas que foram instituídas no Universo.

No Novo Testamento vemos o Cristo ser tentado pelo demônio em pleno deserto. Analisando bipolarmente a situação, teríamos que acreditar que onde estava o bem, o cordeiro, deveria haver também seu oposto, o mal, o demônio. No entanto, esta é uma verdade que precisa ser pesada e dosada corretamente, para não gerar em alguns assombro e em outros expectativas.

Cristo, o Grande Avatar, quando foi tentado pelo demônio no deserto, vinha de duras provas, de longos jejuns: "Nem só de pão vive o homem". E estava em um plano multidimensional, sua realidade estendia-se muito além do plano terreno e dos acontecimentos que nessa condição vibracional apresentavam-se.


Outra questão é esta separação do bem e do mal, é o descomplemento do ser; assim analisamos que o mal nasceu do bem e a separação enfraqueceu os dois opostos. O bem está fragilizado assim como o mal. O equilíbrio, portanto, está no homem, no cumprimento do Dharma. O HOMEM É O FIEL DA BALANÇA.

Agora passamos a responder as questões que dão início a este capítulo. Desculpem-nos os fanáticos e os ateus, mas nossa visão é e sempre será a do homem como o microprosopo, o que ele cria é real.

O demônio existe como manifestação do mal? Sim, a manifestação do mal, o oposto ao Dharma.

Ele está presente em nossa dimensão vibracional? Não, pois o demônio reside no limiar de nossa consciência, e projeta-se, torna-se visível e real, quando como microprosopos materializamos essa realidade do umbral de nossa consciência.

O demônio tem poderes? Sim, quando quebramos o Dharma intimamente sabemo-nos errados, e damos forças a ele. O poder do demônio é ampliado por nossa negatividade.

A nossa consciência tem poderes para muito além deste plano vibracional, desde o nefasto reino do mal, até o mais belo e amplo reino angelical. Somos o centro do Universo e ao mesmo tempo sentimo-nos tão distanciados do Pai.

Quando tratamos de demonologia não podemos de forma alguma considerar, por exemplo, uma obsessão de espíritos malignos como uma possessão demoníaca. A escala de poder é outra. Quando falamos de uma ação demonológica refirimo-nos teologicamente a uma força "terrível", sem precedentes e que beira o próprio poder Divino. Isso no que se refere à destruição, nunca à construção. 

"Dentro da arte da magia negra o demônio é visto como o grande agente transmutador, que age pela vontade do mal.''

O demonólogo Jean Bodin, nascido por volta de 1520, chegou ao ponto de pedir à Santa Inquisição que exterminasse os bruxos e feiticeiros e todos os que tivessem afinidade com a magia negra. Podemos dizer que ele tenha se assustado com seus estudos profundos, ou ainda que tenha tido a certeza que o "mal” poderia ser liberto a qualquer momento e fixar-se nesse plano vibracional pela força dos magos negros.

Durante a Idade Média cresceu assustadoramente o número de magos negros que se relacionavam diretamente com as trevas e promoviam pactos com o demônio para ganhar poder temporal.

Quantos deles se uniram ao mal?

Foram tantos que quebraram a confiança divina, deixaram- se seduzir pelo poder e pela força. Essa sedução é totalmente maléfica e destrutiva, afirmam os "iluminados", pois dela não se tem retorno, não se descompactua com o mal; pelo contrário, mergulha-se cada vez mais dentro dele.

Em capítulos anteriores citamos o místico Aleister, que abriu em sua mente uma vibração para o portal do mal e foi assim até a morte, julgando-se o próprio anti-Cristo e o mal encarnado sobre a Terra.


Outro místico importante que trilhou esse caminho, talvez em um comprometimento menor, foi Agrippa, em cujos grimórios havia as invocações demoníacas e diversos signos e assinaturas infernais.

O Catolicismo fortaleceu com seus exorcismos e a Inquisição, a crença nos demônios e nos chamados cultos de invocação.

Acreditar ou não cabe ao místico, ao buscador. Todavia uma coisa é importante, o bem e o mal caminham muito próximos, com uma diferença, aquele perdoa sempre, enquanto este, jamais. 

Exista ou não o lado negro, obscuro, nas dimensões in-compreendidas, não cabe ao homem libertá-lo ou engrandecê-lo. Ao homem reto cabe cumprir o Dharma sempre.

Todos os tratados de demonologia tiveram impacto nas sociedades da época, mas isso se devia à força religiosa punitiva e às crenças infundidas no ser para gerar medo e submissão.

Iluminados, escutai, sejam sempre luz na trilha, nunca trevas na imensidão! 


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