quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

07 - Dharma

"A Lei Universal não tem ponto nem vírgula, só pontos de exclamação."
 

Chamamos Dharma a Lei Eterna, imutável, que desde os primórdios constitui o andamento do mundo e dos homens.

O tempo passa, os castelos desmoronam, os sábios morrem e são sucedidos, os países crescem e se modernizam, conquistam novos territórios, a ciência descobre o corpo e seus meandros, mas a Lei Universal jamais muda. É eterna em sua essência e imutável em sua aplicação.

Se pegarmos as antigas escrituras religiosas, citarei aqui a Bíblia como exemplo, o mais importante livro religioso conhecido no Ocidente, e nos perguntarmos o que ele é ou o que significa, que resposta teríamos? Muitos diriam que a Bíblia, o livro por excelência, é a boca de Deus; outros dirão ser isso uma heresia, que na verdade a Bíblia é um conjunto de ideias de vários homens iluminados. Nós simplesmente lhe diremos que a Bíblia, assim como todos os demais Livros Sagrados, nada mais é que um menu ético para a sociedade. A Bíblia pode então ser descrita como o código do Dharma.

Tudo o que ocorre está dentro do Dharma, nada pode se opor ao Dharma!
"A razão pode subverter o homem, mas o homem não pode subvertera razão."

Assim é o Dharma, uma razão impregnada na consciência do ser desde seu primeiro contato com Deus, muito antes de sua queda. A Lei Universal está no homem, assim como este está no Criador.

É o reconhecimento da alma imortal ao seu Criador, a ação cíclica da vida reencarnatória faz com que nunca percamos nosso referencial divinizado. A cada período de reforço no mundo etéreo reforçamos nossos conhecimentos sobre o caminhar místico e a ascensão à mansão do Pai. A cada retorno nossa alma está mais impregnada das Verdades Divinas e do reconhecimento da imortalidade; desta feita, auxiliamos na manutenção da Lei sempre que aqui estamos.

Falar em Dharma é reconhecer que existe um julgamento do livre-arbítrio, é ter a certeza de que nada do que aqui for feito passará em branco. É dizer sim aos carmas que criamos e carregamos. Quando falhamos ou tentamos violar as Leis Divinas, quando de alguma forma infringimos o Dharma, adquirimos carmas que nos serão cobrados.

Da mesma forma, quando cumprimos à risca essas leis, nossos carmas são amenizados e muitas vezes colhemos até frutos benéficos e satisfatórios.

Ouçam, místicos dos quatro cantos do mundo, vocês que vivem na eterna busca, lembrem-se sempre que nada pode estar acima das leis prescritas pelo Eterno, nenhuma vírgula sequer pode ser mudada ou alterada a materialização do Verbo. Nada pode servir de questionamento ao Dharma, pois ele é Perfeito e Eterno.
 
Acordar todos os dias e ver a luz, sentir o calor do sol nos abraçando ou o salpico da chuva que bate no solo dando-lhe vida e preparando-o para o plantio. Dormir quando a luz se esconde e apenas os olhos do "firmamento" nos protegendo com suas luzernas, isso é o Dharma, essa é a Lei Divina que nos ensina a amar o Inexplicável.

Alguns homens ousam questionar o Divino, criar leis ou teorias que subjugam a eternidade, mas quem são eles senão seres desesperados em busca de soluções imediatistas? Quem são eles senão seres tementes à morte? Quem são esses homens que ousam levantar-se contra as Leis senão pequenos grãos de areia solitários em meio ao imenso mar que somos, os que acreditam e não alteram a Lei Divina?

Mesmo os avatares, os muitos que aqui estiveram para dar testemunho das Leis de Deus, nunca ousaram tocar em uma vírgula sequer do Dharma.

Aceitar as leis é um dever do buscador, que sabe que nunca poderá rebelar-se contra o Eterno. Estamos aqui para buscar e não para modificar.

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