"São meus olhos que me pregam uma peça ou vejo ali
adiante uma luz"
Existe vida após a morte?
Quantas vezes esta pergunta borbulhou em seu cérebro
materialista? Quantas vezes os grandes filósofos esotéricos tiveram esse
questionamento? O homem é o único ser que, desde o nascer sabe-se finito.
Entretanto, o findar das respirações, dos batimentos cardíacos, das ações
musculares e nervosas é realmente o fim de tudo?
Todas as religiões afirmam que não! Nossa intuição afirma
veementemente que não! Nosso pensador atesta que a morte é apenas o início de
mais uma jornada!
Conforme abordagem feita em capítulos anteriores afirmamos
que temos guardada intrinsecamente a VERDADE absoluta em nossa alma. As idas e
vindas entre o mundo terreno e o espiritual estampam em nosso ser imaterial as
realidades peias quais temos conhecimento via intuitiva.
O mundo material é nosso conhecido, temos ciência de todas
as suas nuances, sabemos do clima, das belezas, dos gostos e dos perigos;
portanto, este lugar onde cursamos a universidade da Eternidade não necessita
de maiores explicações. Vamos agora mergulhar na vastidão do imenso mundo
astral.
Este lugar tão imaginado e ao mesmo tempo distante de
nos-sas realidades não deve ser visto como ocupando um espaço determinado, pois
assim seria físico. Além da matéria, inexiste a questão tempo-espaço. O mundo
astral deve ser entendido como um nível frequencial e vibracional, onde a alma
está em estado de suspensão temporária consciente. Não podemos de forma alguma
idealizar um lugar físico, cheio de cores e formas, pois estaríamos agindo
contrariamente a todas as leis físicas e espirituais.
Quando finda a vida física, quando o último suspiro é dado,
a alma desprende-se de suas amarras ganhando plenitude. Existem momentos longos
de angústias e incertezas; quase que uma alienação toma conta do corpo astral.
A alma perde algum tempo para perceber que não está mais presa ao corpo físico,
que sua tarefa terminou. Para os materialistas excessivos, apegados às coisas
terrenas, esse período de espanto é muito grande. Alguns místicos chegam a
afirmar que a alma do materialista permanece perto do corpo por longos
períodos, vaga pelos locais que lhe eram comuns, sente a necessidade de ir ao
local de trabalho, quer ver a família, comporta-se como se ainda estivesse
animando um corpo. Acompanha a decomposição da matéria e chega a sentir dores
como se um câncer estivesse devorando sua carne, não sabe que essas dores não
lhe são mais pertinentes. Já os espiritualizados, os que de fato acreditam na
vida após a morte, que não pensam só nos tesouros terrenos, têm uma separação
mais amena e menos demorada.
Quando finalmente as almas desprendem-se do mundo material e
passam para outro grau vibracional, são recebidas por almas boas e afins, que
têm como missão amparar os que estão retornando. De acordo com seu grau de
desenvolvimento, a alma é estabelecida em algum campo vibracional, onde passará
a atuar.
Daqui para a frente trataremos distintamente de dois planos
que recepcionam as almas: mundo da luz e o mundo das sombras.
Se formos seguir a realidade espiritual, existem centenas de
mundos ou escalas vibracionais diferentes, cada qual preparado para determinada
evolução. No entanto, como o espaço é pequeno e este livro é simplesmente um
glossário esotérico e não um tratado de vida após a morte, atemo-nos aos dois
planos antagônicos para simplificar.
Mundo da luz
Quando finalmente a alma evoluída chega à sua dimensão
vibracional correspondente, conduzida por outras almas que fazem um trabalho no
mundo etéreo, permanece por um longo período em estado de sono profundo, um
coma propriamente dito. Tal fato deve-se à necessidade de repensar todas as
suas existências, em especial a última passagem pela Terra. Nesse estado de
coma, sua mente avalia todas as informações; além disso, essas passagens são
estampadas em nossa consciência eterna.
Os espíritas acreditam que tudo o que vivemos neste planeta
fica gravado no nosso perispírito, espécie de envoltório para a alma. Esta não
é a nossa visão, pois certamente um dia a alma não mais necessitará desse
invólucro e assim perderá sua consciência evolutiva. Cremos que nada que se
aprende pode ser desprezado nem que tenhamos ultrapassado as barreiras da
perfeição. Se um dia formos perfeitos é por que iniciamos e aprendemos com a
imperfeição.
Durante esse período de inércia, a alma purifica-se até despertar
consciente de seus erros e acertos. Recebe vibrações de almas afins e passa
então a escolher novas missões de auxílio e de evolução.
Despida de todo material grotesco, a alma passa a ter liberdade
de movimentos, além é claro de uma ação psíquica muito mais efetiva. Assim sua
comunicação e percepção estão garantidas.
Daqui para a frente trataremos distintamente de dois planos
que recepcionam as almas: mundo da luz e o mundo do som.
Muitas vezes, a alma viaja a outros espaços vibracionais
inferiores, comunica-se com os que sofrem e presta-lhes auxílio vibracional.
Tenta arduamente auxiliar a evolução dos que necessitam.
O mundo astral evoluído é abundante em natureza e beleza;
isso não quer dizer que a alma vaga pelo paraíso, mas que existe uma harmonia
vibracional compatível com a evolução de cada ser. Vamos atestar que o Criador,
dentro de sua sapiência, preservou do plano terreno o que era bom e útil, e com
certeza a natureza faz parte desse novo estágio.
É comum a alma ascendente enviar vibrações de paz aos homens
do plano material, mas não mantém contato direto; simplesmente irradia luz.
Assim como nós, que inúmeras vezes irradiamos preces aos mundos superiores
recebemos essas vibrações.
Todas as preces humanas que ascendem aos planos superiores
são recebidas com muita simpatia e gosto, pois enquanto ora o homem vibra e
sintoniza-se com almas afins para irradiar luz.
Mundo das sombras
O mundo da luz é um estado vibracional, e não um lugar
físico, assim como o mundo das sombras. As diferenças são simples, a densidade
vibracional desse plano é inferior, muitas vezes inferior até a do plano
material. Nesse espaço vibracional encontram-se as almas egoístas, as que
praticaram crimes na Terra, as que buscaram ir contra o Dharma. Almas que
fizeram de sua passagem um mar de sofrimentos e acumularam carmas em excesso.
O processo de recepção é o mesmo, a alma é conduzida ao seu
estágio e mergulha em um profundo sono, relembra-se de suas passagens, em
especial da última. Nesse período ela sofre, mas, por falta de evolução e de
consciência divinizada, ao despertar ainda carrega uma personalidade maligna e
cheia de luxúrias.
Essas almas permanecerão nesse estado vibracional como se
estivessem em um umbral. Caberá a elas lutarem para recompor e construir um
estado vibracional melhor.
Até que ocorra uma melhora, e nos é impossível aquilatar
tempo, já que nessa dimensão ele simplesmente não existe, essas almas comumente
ligam-se ao mundo material, enviando vibrações negativas, comunicando-se com os
homens como se fossem espíritos de muita luz e importância, obsediando os mais
fracos, perturbando outras almas.
O grande perigo desses espíritos é quando encontram seitas
mal estabelecidas filosoficamente, que os engrandecem e os louvam. O prejuízo é
grande, pois retêm na Terra uma alma que necessita preparar-se e evoluir, além
disso, seguem seus conselhos que na maioria das vezes são sandices.
Devemos nos lembrar que as dimensões paralelas são
imateriais; portanto, transponíveis pela antimatéria, facilitando as idas e
vindas dos espíritos.
O chamamento das almas interfere diretamente em seu processo
evolutivo e, é claro, no nosso; criamos carmas aos quais teremos que pagar.
O mundo das sombras, aqui tratado conforme explicamos de
modo pejorativo, não é uma dimensão vibracional muito bela ou estável; ali
reinam o sofrimento do próprio julgamento pessoal, o estado de crítica e o
arrependimento. Tudo isso associado gera um farfalhar de emoções que impregnam
a atmosfera e a deixam viva como se explodisse a cada segundo em descargas
elétricas.
Observe que quando falamos de sombras e trevas não estamos
tentando mostrar um lugar tétrico e escuro. Simples-mente procuramos exprimir a
ausência da Luz Maior em sua plenitude, pois parcialmente também está no vale
das sombras. Deus não abandona seus filhos.
O vale das sombras é portanto um local onde a estrutura
vibracional serve de escola evolutiva, indispensável a todo aquele que teve
seus infortúnios, mas que, com certeza, vivenciará a luz.
Aqueles que habitam esse estágio não são de modo algum seres
esquecidos pelo Criador; pelo contrário, Deus envia as almas evoluídas para
prestar auxílio por meio de vibrações e atitudes altruísticas.
Os sofrimentos e as dores são causados pelo próprio
julga-mento que cada um faz de si mesmo. O juiz final é você próprio. Não
existem erros ou penas excessivas, pois você mesmo ditará sua sentença!
O Criador deu-nos o livre-arbítrio até mesmo na hora de julgarmos
nossas ações.
"Aquilo que fere o corpo mata a alma. Aquilo que
chamusca a mão perfura o espírito!"
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