domingo, 1 de agosto de 2021

Superproteger pode na verdade desproteger


As intenções podem até ser boas, mas é necessário cultivarmos a empatia para aprendermos que as nossas necessidades podem ser diferentes das necessidades do outro. 

Quando projetamos nosso mundo no universo das outras pessoas acreditamos que o que é bom para gente também é bom para elas, mas na prática a vida não funciona assim. 

Somos seres únicos, com necessidades únicas. Essa imagem me fez lembrar daquela fábula africana, narrada por Mia Couto: “Um macaco passeava à beira de um rio, quando viu um peixe dentro da água. Como não conhecia aquele animal, pensou que o peixe estava se afogando. Conseguiu apanhá-lo e ficou muito contente quando o viu aos pulos, preso nos seus dedos, achando que aqueles saltos eram sinal de uma grande alegria por ter sido salvo. Pouco depois, quando o peixe parou de se mexer e o macaco percebeu que estava morto, comentou – que pena eu não ter chegado mais cedo!” Pois é… em determinadas situações temos a certeza, assim como o macaco, de estarmos fazendo o bem e ajudando alguém, mas na verdade estamos fazendo o mal.

Importante lembrar que “amar não quer dizer superproteger nem abafar com excesso de zelos, pois somos plantas nos jardins do mundo. O excesso de água pode nos afogar e a falta excessiva pode nos secar.” - Walmir Cardoso. 

Os desafios da vida fazem parte do amadurecimento, e deixar quem amamos "crescer" na sua própria experiência é também um ato de amor. E isso não significa abandoná-los, pois estaremos de longe observando e sempre disponíveis para qualquer imprevisto ou necessidade real. 

Superproteger quem amamos é impedir que vivam suas vidas explorando o mundo através das próprias experiência não é amor. É medo. E quando não curamos o medo dentro de nós, multiplicamos esse sentimento dentro de quem mais alegamos amar, gerando insegurança, baixa autoestima e sensação de incapacidade. 

O ato de crescer é pessoal e intransferível, nosso caminho só pode ser percorrido por nós mesmos.


Fonte: @alinepradocsm