"Ser homem é estar entre a beleza do Criador e o sofrimento do aprender."
Podemos ainda classificá-lo de modo filosófico como único ser para a morte, prático, psíquico, religioso, social e político.
Portanto, classificar o homem é simplesmente adjetivar seu modo de vida. Entretanto, isso é muito pouco, é quase nada, pois o homem vai muito além dessas simples classificações e apresentações linguísticas. Há milênios os sábios se questionam sobre esse singular animal. Quem é o homem? Qual sua real missão nesta vida? Tem ele de fato algum elo com o infinito? Esse ser é finito como indica a filosofia ou infinito como fala a teologia?
Para responder todas essas questões seremos forçado a entrar no campo ou dimensão da filosofia oculta, nos mistérios que envolvem o homem desde os primórdios da humanidade e acima de tudo penetrar em nosso íntimo, pois é justamente no âmago do ser humano que reside a verdade, é lá que se aprende definitivamente tudo sobre este incógnito ser.
Na concepção teosófico-religiosa, o homem é fruto da essência divina, é tal qual o Criador, e cumpre na Terra a missão cármica para a evolução espiritual (atenção, essa definição cabe apenas para a teosofia, pois é reencarnatória). É um ser dual, constituído de corpo e alma (parte material e espiritual); portanto, holístico.
A afirmação das religiões é que Deus, o Princípio Universal, criou o homem a sua imagem e semelhança e deu-lhe a missão de perpetuar-se sobre a Terra por meio de suas relações familiares, mas deixou claro que lhe cobraria todas as faltas. Assim, não existe como negarmos que fomos dotados de livrearbítrio; portanto, responsáveis por nossos atos.
Hermes Trismegistos, o Três Vezes Grande, o maior de todos os hermetistas, afirmou, em um de seus axiomas, que Tudo o que está acima é exatamente como o que está abaixo, isso nos conduz inexoravelmente à condição de MICROPROSOPOS, pequenos deuses criadores, pois nascemos à imagem e semelhança do Pai. Somos responsáveis pela sucessão da palavra emitida pelo Verbo, talvez até sejamos parte do Logos Divino.
Platão, em sua humilde sabedoria, abalou o mundo com suas afirmações de que o homem é um ser holístico, dotado de corpo e alma. Daí nasce a visão europocêntrica de que existem mais mistérios entre o céu e a terra que possa sonhar nossa vã filososfia. A visão espiritualista da profundidade e importância do ser humano estava criando forças e se lançando em direção a novos estudos e abordagens.
A evolução adaptou o ser humano ao meio, gerou no mesmo a necessidade de sobrevivência, imbuiu-o de se autopreservar, fez do corpo o habitat da vida eterna, espiritualizou a matéria, doutrinou o animal, racionalizou o instinto, acarinhou o ego aflito da fera, fez-nos lentamente enxergar com os olhos do Infinito.
Minha inexpressiva Verdade sobre o homem é que não existe isolamento da criatura com o Criador, ambos estão unidos eternamente na missão de cumprir o Dharma. A vida se fez ampla no ser humano, pois veio acompanhada do princípio da razão. Assim, a afirmação Penso, logo existoéa verdade oculta que desabrocha diante de nós: Somos seres nascidos do e para o pensamento!
Façamos uma viagem a 13 milhões de anos passados, quando nosso primeiro ancestral científico, o Ramapithecus, ainda não tinha conhecimento de suas mãos, não conhecia a linguagem articulada. Um ser cujo pensamento ainda não havia tomado forma, portanto, não-humano, uma simples criatura que dormitava e se aninhava nos pés de Deus, mas que em sua simplicidade deixava-se acarinhar pelo Criador que preparava sua obra pacientemente. Com o passar dos anos desenvolveu parcialmente a mente, descobriu-se evoluindo e juiz absoluto de seu destino. Foi descobrindo-se por inteiro, percebendo seu poder e suas aptidões. Foi enchendo-se de glória e se impondo sobre os demais animais. Nascia o Homo sapiens, o homem-maior.
O tornar-se homem de inteligência afastou-o do Criador, achou que podia viver só, materialmente, promoveu sua primeira queda!
Hoje, tantos anos se passaram, e ainda caminhamos em meio às sombras do abismo divinal, mas muito mais conscientes, pois buscamos arduamente a reintegração, o encontro e o afago da mão de Deus.
Sabemo-nos homens caídos, mas não desistimos de nossas verdades nem da crença absoluta do perdão paterno.
"Pai, não sei se me basta saber-me filho Teu, gostaria sim de deitar meus lábios em Tuas mãos e conhecer o vibrar de Tua voz. Pai, não sei se me basta conhecer meu erro, gostaria sim de redimir-me e fazer-me novamente filho dileto Teu."
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