quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

08 - Carma

"Carmas são os destinos criados por nós para perpetuarmos a espécie."
 

Carma é uma palavra sânscrita que indica ação ou resultado da ação.

Na verdade quando falamos de Carma não estamos referindo-nos somente ao negativo; pelo contrário, podemos também falar da criação de tesouros inestimáveis no caminho da evolução espiritual e mesmo de uma colheita farta aqui na Terra.

Contudo, geralmente, a palavra Carma está quase sempre associada a culpa, pecados, retardamento evolutivo e tantas outras desgraças. Essa é a visão a ser alterada pelos ocidentais.

Observe que o assunto em pauta é puramente físico, pois relaciona-se à lei da ação e reação: Toda ação tem uma reação de força igual em sentido contrário. Isso é a realidade daquilo que plantamos no presente e o que colheremos no futuro.

Na maioria das vezes, a palavra Carma é atribuída aos erros que cometemos em uma encarnação e que carregamos quando falhamos em nossas missões enquanto espíritos encarnados.

Muitos budistas ou xintoístas utilizavam a palavra Carma como sendo uma expressão voltada para: "o que podemos fazer? Esse é o nosso carma, não há o que se mudar." "O que está feito está feito!". Na verdade isso é Carma, algo que adquirimos e quase nunca propositalmente. O que não podemos esquecer-nos é que alguns tipos de carma podem ser modificados.

Segundo os teosofistas, seguindo os pensamentos de Anne Bessant ou Madame Blavatsky, veremos que o carma se adquire quando utilizamos mal o nosso livre-arbítrio ou de alguma forma infringimos o Dharma.

Nada pode alterar o Dharma, muito menos nossas concepções egoístas e particulares. Não podemos negociar com o Criador; isso não é certo, assim como não conseguimos enganar ou negociar com nossa própria consciência.

Citaremos os três tipos de carma, mais comuns e demonstrarei como essa palavra não pode e nem deve ser vista como sinônimo de terror.

a) Carma maduro ou adquirido: não temos mais como mudá-lo, ou seja, representa seu presente e todos os andamentos em curso; é motivado pelo passado, estamos pagando agora.

b) Carma momentâneo: ainda pode ser mudado, pois está apresentando-se agora, nós o estamos plantando. Nosso dever é justamente impedir que se torne um Carma maduro. Se a ação está em andamento pode-se detê-la.

c) Carma encubado: é relacionado à nossa missão enquanto encarnados, foi adquirido por nós, ou melhor, escolhido por nós antes de encarnarmos. Esse não tem como ser modificado, pode simplesmente ser amenizado.

" Tu serás eternamente responsável por seus atos."

Não devemos achar que o sofrimento que vivemos hoje em razão de nossos carmas foi imposto por ordem do Criador. Muito pelo contrário, nós mesmos os criamos e somos responsáveis por eles. O Criador não interfere em nossa jornada evolutiva.

Um filho é um carma, nós o programamos, esperamos e concebemos, assim como poderíamos dizer que não é fruto nosso? Quem faz tem que se comprometer.

Minhas mãos estão suadas, sinto o coração oprimido dentro do peito, quero gritar mas é como se a voz estivesse presa em algum labirinto do meu corpo. É a manifestação do carma, do conhecimento espiritual que nosso "pensador" tem, e ele pressente o momento de pagarmos nossas dívidas. O ser espiritual que habita em nós conhece as dores ou alegrias pelas quais temos que passar; lembre-se que alguns carmas foram escolhidos por ele. Assim ele se manifesta antes do carma estabelecer-se, podemos sentir isso no corpo físico. Lembre-se dequantas vezes as agonias aparentemente infundadas tomaram conta de seu íntimo... Pense nisso...

Lembrá-lo que o sustentáculo do mundo baseia-se nas obras, é cobrá-lo a edificá-las muito bem, alicerçá-las, protegê-las e assim fundear uma vida simples e completa.

"Se este for teu cálice, beba-o."

Um comentário breve sobre carma poderá auxiliá-los melhor:

Quando Cristo, o filho do Verbo, esteve entre nós, Ele tinha seu carma preestabelecido, conhecia-o, pois seu lado Divino tudo sabia. Seu carma era morrer na cruz para nos salvar, e assim foi. O carma encubado é, como o Dharma, imutável.

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