"E o Verbo fez-se homem, desceu à Terra e conviveu entre nós para nos fazer deuses."
O Verbo, que é a segunda ação, pois sem dúvida alguma a primeira é o Pensamento, a Idealização, fez-se carne muitas vezes e habitou entre nós. Estas presenças estão explicitadas em muitas teses religiosas, em muitos acontecimentos históricos, mas acima de tudo estão registradas nas alianças entre os homens e Deus.
Quando falamos em avatar não dizemos que o Eterno desceu à Terra, mas que infundiu, com sua essência, um espírito puro para questionar dos homens o cumprimento do Dharma.
Quando quer que haja um declínio da lei moral, Dharma, e a irretidão domine, Eu me encarno. Para a proteção dos bons, para a destruição dos perversos, para o restabelecimento da lei, Eu volto a nascer Homem. (Bhagavad Gita 4:7-8)
Fica claro que o avatar vem prover a terra da legalidade que corria riscos.
Jesus Cristo: O judeu, o avatar que veio pregar o amor e a religiosidade. Apesar de pregar o amor, Cristo se postava como uma espada, pois nunca pregou a submissão ou a exploração do homem pelo homem. O Cristo abriu os braços para todos, veio para ratificar o Dharma e dizer que a Lei de Moisés continuava sendo a mesma. Jesus Cristo foi o mais importante avatar destes dois últimos milénios; seus seguidores são em número de milhões, e ele testificou novamente a necessidade do homem estar ligado a Deus.
Budha: Sidartha Gautama, o quinto Budha, o Iluminado que atingiu o Nirvana. Esse avatar também veio ratificar a Lei deixada por Krishna e testemunhar a existência de um paraíso que pode ser atingido pelos puros e pelos buscadores. Budha foi um príncipe muito rico, abandonou todo o seu poder econômico para fazer uma introspecção ao seu santuário interior e descobrir que dentro de nós habita Deus. Só atingimos o Nirvana, Paraíso, quando mergulhamos dentro de nós mesmos.
Krishna: Definiu com total perfeição a avatarização* quando proferiu a frase mencionada anteriormente (Bhagavad Cita 4:7-8). A Lei imutável, quando corre riscos, traz o Verbo para a carne, somente assim restabelece-se o Dharma.
A história universal mostra-nos que esse processo de reorganização das Leis sempre se deu com a presença de um avatar. Quantas vezes as guerras, a ganância dos homens, levaram o mundo a um estado muito próximo ao da barbárie e da selvageria? Acreditamos que onde impera a barbárie não há lugar para Deus; dessa forma, segundo Krishna, quando ocorre o desequilíbrio integral das manifestações da divindade, quando há o risco de que o Dharma se perca assim como os valores humanos, o Verbo sopra na carne especial do avatar. Ele tem a missão árdua e sublime de não permitir que a selvageria tome conta do Sublime, que a matéria em momento algum suplante o espírito, nem que a terra adormeça por milhares de anos em meio às trevas até que Deus seja redescoberto.Nada pode ser mudado, sequer uma vírgula; a Lei é eterna e imutável. Acreditamos que o Verbo fez-se homem uma infinidade de vezes sobre esta terra, podemos ainda nos lembrar de alguns cujos preceitos motivaram e motivam até hoje milhões de seguidores.
"O avatar e o Dharma estão sempre unidos, pois complementam-se."
Vale a pena anotar que muitas vezes a Terra e a raça humana estiveram em perigo iminente de perdição total. Homens cuja estirpe está diretamente ligada à destruição dos valores colocaram-nos em risco sério, mas a Divina Providência sempre veio em nosso auxílio. A Aliança entre Deus e os Homens é muito séria, e jamais deixou margens de dúvidas.
* (N.A.) Processo pelo qual um "escolhido" se torna um avatar, um impositor do Dharma.
Nenhum comentário:
Postar um comentário