domingo, 11 de setembro de 2016

Amor de Vidas Passadas



Encontrou o SEU?

Para se entender com maior profundidade a origem do amor é necessário contextualizá-lo dentro da teoria da palingenesia, ou reencarnação. Um amor não nasce de simples semelhanças de modos de ser e de interesses comuns, ele é o resultado de um longo processo de dezenas ou mesmo centenas de vidas passadas em que duas almas conviveram juntas. Nestas experiências conjuntas, ambas foram passando por circunstâncias juntos, enfrentando desafios, superando obstáculos, atravessando todas as dificuldades, e envolveram-se em laços afetivos e amorosos um com o outro, brotando daí uma profunda identificação e um sentimento verdadeiro.

Muitas pessoas me perguntam como podemos descobrir se alguém que muito amamos fez parte do nosso passado de outras vidas. A resposta a essa pergunta é bem simples: se você ama verdadeiramente essa pessoa, e a conhece a pouco tempo, então vocês já viveram, sem sombra de dúvida, experiências mútuas em vidas passadas. Isso significa que o amor verdadeiro, aquele que reside numa esfera muito íntima do nosso ser, não pode ser desperto em apenas uma vida. Os laços do amor real são tão fortes, que apenas experiências milenares podem despertar em nós um amor que é quase divino, que nasce do infinito e que se manifesta no ser humano como a expressão do sentimento mais puro que o homem da face da Terra pode ter acesso: o amor incondicional.


Em nossos estudos com terapia de vidas passadas chegamos a conclusão, tal como centenas de terapeutas ao redor do mundo, que todos os seres se agrupam naquilo que se convencionou chamar de “família de almas” ou “grupo anímico”. Além de nossa família consangüínea, que forma indivíduos com laços de sangue comuns, todos os seres possuem uma família espiritual, que é bem maior do que a nossa família genética atual. Ela é composta por centenas de espíritos que tiveram milhares de experiências conosco em vidas passadas; são espíritos que nos conhecem há milênios, e todo esse arcabouço de experiências coletivas os liga por laços de amizade, carinho, amor, cooperação, compaixão, e outros. Como tudo na vida tem dois pólos, as experiências negativas também fazem parte destes laços, sendo comuns sentimentos de ódio, raiva, antipatias, rejeição, ojeriza, malquerença, amargor, mágoa, etc. Toda essa mistura de sentimentos, tanto os positivos quanto os negativos, podem se expressar em nossas relações, e na maioria das vezes nem desconfiamos que eles vêm de vidas passadas, e não da vida atual.

Dentre nossa família de almas, há aqueles espíritos que cada um de nós guarda uma afeição mais profunda. Esses geralmente oscilaram, nos diversos papéis de vidas passadas, sendo nossos filhos, amigos, marido, esposa, pai, mãe, avô, avó, irmão ou irmã. A proximidade do parentesco físico não é definitiva para indicar o grau de afeição entre duas almas. Por exemplo, um filho pode amar mais a avó do que a própria mãe, pois seus laços espirituais podem ter sido mais estreitos em diversas vidas passadas. Um pai pode amar mais um filho do que o outro: embora muitos pais neguem essa diferença afetiva, sabemos que isso existe e é perfeitamente normal, já que um pai pode ter mais experiências amorosas pretéritas com um filho do que com o outro.

Algumas vezes as experiências traumáticas do passado podem abafar um amor entre duas almas. Por exemplo: uma mãe que matou seu filho numa vida passada, quando eles eram irmãos que disputavam algo. O filho pode carregar essa recordação inconsciente dentro de si e expressa-la em forma de rejeições, afastamento, ojeriza e até uma raiva inconsciente pelo que foi feito. É preciso lembrar sempre que esses traumas, apesar de terem sido esquecidos entre uma vida e outra, não apagam os sentimentos, sejam eles positivos ou negativos. A falta de memória não destrói as emoções que guardamos dos espíritos que fizeram parte do nosso histórico encarnatório.

Dessa forma, a família de almas é nossa família espiritual e vale muito mais do que nossa família física. Um bom exemplo é observar o comportamento afetivo das pessoas. Algumas podem gostar mais de um amigo do que de um parente próximo, como pai, mãe ou irmão. Esse amigo, apesar de não fazer parte de sua família consangüínea, pode ser um membro próximo de nossa família espiritual, e um amor muito grande pode estar presente na relação de ambos. Assim, a família espiritual transcende nossa família de sangue e demonstra a existência de laços muito maiores, mais sutis e imensamente mais antigos do que os laços consangüíneos.

Cada família espiritual é parte de uma família ainda maior, que pode nem sequer viver atualmente no planeta Terra. Há pessoas que sentem internamente, com grande certeza íntima, de que seus amigos verdadeiros e sua família não são deste planeta. Esse é o caso de muitas pessoas que foram exiladas de seu planeta de origem e estão aqui na Terra há algumas vidas tentando transmutar uma parcela do karma que ainda as prende nos grilhões terrestres. Alguns sentem isso tão forte que sequer conseguem manter laços afetivos na Terra, tal é o seu grau de apego a sua família espiritual extraterrestre. Alguns podem imaginar que isso representa uma evolução e que é uma indicação de superioridade espiritual, mas não é bem assim. Essa recusa em se viver a realidade atual implica num forte apego a um estado arcaico de existência, e esse apego pode aprisionar o espírito muito fortemente dentro de limites muito reduzidos, o que abafa a natureza essencial daquela alma e pode degradar seus sentimentos, pensamentos e comportamentos. O apego é um sinal claro de atraso espiritual e deve ser objeto de um esforço no sentido da libertação do cárcere terrestre. Se estamos vivendo aqui na Terra, precisamos da Terra para atingir esse desprendimento; de nada adianta desejar sair daqui para uma condição externa melhor e mais elevada. O universo é perfeita harmonia e inteligência, e nada ocorre por acaso. Quem está aqui, precisa das experiências terrestres para seu desenvolvimento espiritual.

Um fenômeno interessante que pode ocorrer é a inversão de papel. Uma mãe, que teve experiências afetivas de marido-esposa muito fortes com seu filho atual, pode sentir desejos inconscientes de experimentar novamente o amor de marido-mulher. Alguns pais conseguem desapegar-se disso e viver a condição da atual encarnação dentro da função de pai e filho. Outros, no entanto, cedem a essas tendências e podem ser levados até mesmo, em última instância, a molestar seus filhos. Todo pai que sinta essa inversão de papel deve lutar contra essa tendência, esse apego, pois só assim poderá viver com mais intensidade a relação atual de pai-filho. Isso ocorre também entre irmãos, que no passado foram marido e mulher e hoje sentem vontade de ter carinhos mais próximos, que extrapolam a relação fraterna natural.

Outro exemplo são marido e mulher atual, que numa outra existência (ou existências) foram irmãos e acabam depois se tornando amigos, ou têm dificuldades de manter relações sexuais por conta das lembranças inconscientes de vidas como irmãos. Há muitos outros exemplos dessa inversão de papel; o mais importante aqui é entender que o passado não deve interferir em nossas relações atuais da forma que elas se apresentam hoje: se hoje sou pai da minha filha, devo trata-la como filha e deixar de lado os sentimentos típicos de marido e mulher que tivemos em vidas passadas.

Outro fenômeno que pode ocorrer, esse não muito comum, é quando duas almas muito próximas, e que se amam muito, se reencontram, querem viver juntas, mas ambas são do mesmo sexo. Eles podem viver como bons amigos, ou podem desejar, se o apego for grande, viverem juntas como companheiros. Se forem dois homens, podem ceder aos desejos sexuais e iniciarem uma relação que vai além da amizade, passando a viver como amantes; se forem duas mulheres, podem fazer o mesmo e até casarem. O mais interessante é que, mesmo sem existir um histórico de homossexualidade, essas almas podem decidir estreitar os laços dentro de um contexto amoroso e sexual. Já vi casos como esse, e as pessoas envolvidas me garantiram que nunca tiveram desejos homossexuais, e o que sentiam uma pela outra só servia para essa pessoa em específico, e para nenhuma outra.

Por exemplo, uma das meninas gosta de outra menina e quer ficar com ela, mas nunca havia se relacionado com outras mulheres e garante não sentir qualquer tipo de desejo sexual por outras mulheres, somente por aquela que se torna sua companheira. Esse é um caso típico de apego a condição anterior em vidas passadas. Ninguém pode julgar se isso é correto ou não; a escolha, neste caso, é da própria pessoa e só a ela compete avaliar a qualidade de suas relações. Repudiamos aqui o preconceito a homossexualidade e somos favoráveis a liberdade de expressão da sexualidade. Advertimos, porém, que qualquer excesso nessa área, seja com heterossexuais ou homossexuais, pode implicar em efeitos graves e num karma negativo, com severas complicações futuras, na vida atual ou em vidas futuras.

Quando duas almas que se amam muito estão em planos diferentes, isso pode se tornar um problema. É o caso de pessoas que nascem no plano físico, e que sonham ou sentem a presença de espíritos que não estão em corpo físico. Essa pessoa ama o espírito, e deseja ficar com ele, mas como essa alma não se encontra encarnada, ela nada pode fazer. É possível encontros em projeção astral, quando dormimos a noite e nosso corpo espiritual deixa o corpo físico e passa a interagir com outras dimensões. Nesses momentos, as duas almas podem se encontrar e ficar um tempo juntas. O encarnado pode ter vários sonhos com o desencarnado, mesmo sem saber quem ele é e nunca te-lo conhecido na vida atual. Mas intimamente ela sabe que o conhece, que o ama, e sente vontade de ficar com ele, como mostra esse exemplo de um breve relato que recebemos:

“Mais uma noite eu sonhei com aquela moça linda, ela me faz sentir uma forte emoção, uma saudade, eu a amo, eu acordo chorando, sempre, há anos.”

Os espíritos de luz que comandam o destino dos seres podem autorizar esta situação para estimular o desapego entre as duas almas.


O universo sempre conspira para que uma alma se desenvolva espiritual e passe a amar a todos, e não apenas uma só pessoa. Embora o amor entre nossa família física e espiritual seja um exercício do amor incondicional, a maioria dos espíritos que vivem na Terra ainda estão longe do amor incondicional a todos os seres. Por esse motivo, a inteligência divina cria circunstâncias que nos façam entender que o amor vale muito mais quando ele se expande para abraçar todos os seres do universo, e não apenas pessoas de nossa convivência. O amor universal é a meta sagrada de todas as almas que aspiram à perfeição. Quando acontece de duas almas que se amam estarem separadas, uma no plano físico e outra no plano espiritual, ambas devem exercitar o desapego e procurar outras pessoas para se relacionar.

Essa situação também pode ser problemática quando há muitas energias pendentes entre ambos. Pode acontecer, por exemplo, de o desencarnado desejar ficar junto do encarnado e começar a boicotar todos os seus relacionamentos. O desejo do desencarnado é que o encarnado seja só dele, e por conta disso ele poderá agir no sentido de isolar o encarnado de todos, desejando que fique sozinho. Como o encarnado sente um amor sincero pelo desencarnado, pode ceder a isso, e aceitar as sugestões de sempre permanecer sem se relacionar com outros. Quando esse tipo de assédio ocorre, é bem mais difícil de ser tratado num trabalho espiritual, pois há uma permissão inconsciente do encarnado diante da obsessão exercida pelo desencarnado. Neste caso, a melhor forma de agir é conscientizar o encarnado a se libertar desse apego e viver a vida física naturalmente, sem ficar esperando que o desencarnado venha a preencher um vazio que ficou das experiências “perdidas” de vidas passadas, quando ambos viveram juntos.

Outro fenômeno bastante interessante e inexplicável é o chamado “amor à primeira vista”. Esse fenômeno só é inexplicável quando não se leva em conta a teoria da reencarnação. O amor à primeira vista consiste no despertar de um sentimento tão logo vemos ou estamos na presença de uma pessoa desconhecida que nos desperta algo portentoso, excelso, superior, quase celeste e divino, e que é incompreensível. Há uma nítida impressão de que já conhecemos aquela pessoa. Alguns indivíduos, não muito versados na noção reencarnacionista, afirmam que não existe o amor à primeira vista, mas sim uma espécie de encantamento, de fascinação, de deslumbramento pela beleza do outro. Apesar de estes sentimentos estarem misturados no primeiro momento, não seria apressado dizer que há, de fato, um amor que pode estar sendo ressuscitado, reaceso, vindo à superfície e despertando, trazendo à tona um sentimento sublime e transcendente que até então estava meio apagado dentro de nós.

Esse amor pode ter sua origem em dezenas ou mesmo centenas de vidas passadas onde estas duas almas viveram juntas. Pode até mesmo ser anterior aos primeiros nascimentos terrestres. Esse reencontro faz ressurgir uma emoção, um envolvimento que já existia dentro da pessoa, mas que ainda estava disperso. O amor à primeira vista não deve ser confundido com maravilhamento pela beleza física. Ele é uma profunda identificação com alguém que já conhecemos há milênios e que reencontramos nesta vida. Esse pode ser o início de uma longa história de amor.

Para se diferenciar um amor verdadeiro e uma simples paixão é preciso notar se há um total desprendimento em relação a pessoa que amamos. O amor real é calmo, sereno, não se deixa influenciar por sentimentos de controle, posse, ciúme, e outras armadilhas inferiores. O amor verdadeiro deseja que o outro esteja bem, mesmo que ele não fique conosco. Ele é espontânea, livre e há desprendimento; só o que importa é o bem estar do outro. Fazemos de tudo para que o outro seja feliz.

A melhor forma que eu conheço para harmonizar o nosso passado e cuidar para que estes laços não se tornem disfuncionais e problemáticos na vida atual é a realização da terapia de vidas passadas. Através da regressão o passado pode ser revisto e os laços amorosos podem ser tratados, dissolvendo os resíduos de energias conflituosas, brigas, assassinatos, traumas, e qualquer situação negativa que tenha ocorrido em vidas passadas. Muitos afirmam que tratar o passado conjunto com nossos entes queridos pode reacender velhas mágoas, nos fazer lembrar de velhas disputas e ódios passados, e que isso inviabilizaria nossa convivência atual com eles.

Quem defende esta tese alega que uma mãe não poderia conviver bem com seu filho caso descubra que ele a torturou e matou em vidas passadas. A nossa experiência de mais de 2.000 regressões individuais prova que essa ideia é bastante equivocada. Jamais pude presenciar nenhuma relação que tivesse piorado após uma revisão de vidas passadas negativas entre membros de uma mesma família. Pelo contrário, as experiências negativas são tratadas e os laços de amor são purificados, o que torna a convivência atual muito melhor e mais satisfatória.

Já atendi dezenas de casos em que visitamos vidas passadas bastante duras entre familiares e o resultado sempre foi uma grande melhora na qualidade da relação atual. Os bloqueios caem, os conflitos são tratados, as disputas são harmonizadas e tudo passa a ser objeto de precioso aprendizado. Além disso, o esquecimento do passado não apaga os sentimentos negativos de vidas passadas, eles continuam existindo hoje, podem e devem ser tratados, para que as relações familiares melhorem e para que possamos viver bem com nossos familiares e com as pessoas que amamos.

Autor: Hugo Lapa

quinta-feira, 1 de setembro de 2016

Onde está sua Alma Gêmea?



Primeiramente, quero esclarecer aos leitores (as) o que são almas gêmeas do ponto de vista da espiritualidade. Almas Gêmeas são almas que vêm do mesmo foco de energia e podem ser: homem e mulher, mulher e mulher, homem e homem.

Muitas dessas almas nutrem um amor afetivo e sexual, mas muitas também têm um amor de irmãos, puramente fraternal.

Melhor explicando: as almas gêmeas frequentemente vieram juntas em várias encarnações não só como cônjuges, mas também em outros papéis sociais (pai e filho, irmãos, tio e sobrinha, amigos, etc.). Em outras palavras, as almas gêmeas não é só um amor entre um homem e uma mulher, mas também de pessoas do mesmo sexo: homem e homem, mulher e mulher. Aqui explica também o porquê de um homem ou uma mulher se envolver intensamente com uma pessoa bem mais velha, ou bem mais nova, em condições econômicas e culturais diametralmente opostos, e mesmo com nacionalidades diferentes.

Em muitos casais, a afinidade e o entrosamento são tão grandes que basta um olhar para que o outro saiba o que quer. Não precisam de muitas palavras para se entender.

Há felicidade nesses relacionamentos porque ambos aprenderam suas lições do passado e estão nesta encarnação para outras experiências de crescimento e de evolução. Portanto, essa felicidade não veio por acaso, mas como fruto de várias encarnações juntos. Desta forma, a cada nova experiência numa encarnação passada os laços se fortalecem. Por conta desse laço forte e profundo que os une, são comuns no primeiro encontro ambos se reconhecerem mutuamente, sentirem uma afinidade e emoções profundas, inexplicáveis aos olhos da mente racional do ego, pois o reconhecimento se dá em nível de alma dos dois.



Somente os que conhecem a linguagem da alma (intuição) são capazes de entender e aceitar a profundidade desse tema. O reconhecimento de sua alma gêmea pode acontecer também de outras formas.

Na TRE (Terapia Regressiva Evolutiva) – A Terapia do Mentor Espiritual – método terapêutico de autoconhecimento e cura criado por mim em 2006, que busca unir a ciência psicológica e espiritual, muitos pacientes nas sessões de regressão de memória recordam emocionados várias existências passadas em que estiveram juntos com sua alma gêmea. Esses pacientes passam a entender que o insucesso amoroso em sua vida atual se explica pelo fato de ainda não terem encontrado sua alma gêmea. Entendem também por que sentem com frequência insatisfação, depressão, vazio, saudade, solidão – mesmo acompanhados – sem saber do quê.

Nesta terapia – através de seu mentor espiritual, que é um ser desencarnado de elevada evolução espiritual, responsável diretamente pelo nosso aprimoramento espiritual – em muitos casos lhes são revelados onde se encontram suas almas gêmeas, que podem estar encarnadas, ou desencarnadas no plano espiritual.


Caso Clínico:

Encontrei a minha alma gêmea!

Veio ao meu consultório, um homem de 42 anos, divorciado, na entrevista de avaliação disse que queria entender o porquê de sua vida afetiva estar sem sentido.

Bem sucedido financeiramente, filho único, veio de uma família abastada, sempre teve tudo e nunca passou por dificuldades financeiras. Completou seus estudos, foi para os EUA fazer pós-graduação e tinha 24 anos quando conheceu sua ex-mulher, uma brasileira que também estudava na mesma universidade que o dele. Começaram a namorar, voltaram ao Brasil onde se casaram. Ele já estava com 28 anos, quando assumiu as empresas do pai.

Todos diziam que ele tinha uma vida maravilhosa: rico, uma mulher linda e inteligente. Mas faltava o herdeiro que não vinha. Foram inúmeras tentativas e nada. O casamento começou a se desgastar e os dois começaram a se distanciar a ponto de se divorciarem.

Nunca fora homem de muitas mulheres, sempre honesto com as namoradas, principalmente com sua ex-esposa. Mas não aguentava mais viver com alguém que não mais amava. Então, queria entender por que seu casamento não havia dado certo, e por que não conseguia se acalmar, pois vivia muito angustiado, sentia falta de um amor.

Na primeira sessão de regressão, o paciente não trouxe nada, estava muito ansioso, inquieto; então, decidimos marcar para outro dia a nossa sessão.

Na sessão seguinte, comecei com o relaxamento e ele começou dizendo que estava vendo uma casa. Uma casa branca, muito grande – era uma cena de uma vida passada. Disse que estava vendo um homem, pedi para que se aproximasse desse homem. (pausa).

– É um homem alto, forte, aparenta ter 36 anos. Ele é muito sério! Está sentado na varanda… .

– Veja o que ele diz e faz? – Peço-lhe.

– Ele está sentado, olhando seus dois filhos, que brincam no jardim. Ele tem um olhar perdido… Agora aparece uma senhora que segura um bebê e, logo atrás dela, uma menina. Essa mulher está pedindo emprego.

Ele é bem ríspido, diz que não tem nada a oferecer e pede para que ela fosse embora.

Espera! Ele grita quando vê a menina que acompanhava aquela senhora.

Ele diz: – A senhora pode cuidar da minha esposa que está doente. A mulher aceita de pronto.

Em seguida, chama uma criada e pede para que leve a mulher, o bebê e a menina, e lhes dê comida e alojamento.


Osvaldo, senti uma dor no meu peito quando vi aquela menina. Ela é linda! Mas é apenas uma menina, uns 15 anos mais ou menos. Fiquei muito nervoso quando ela estava por perto.

– Avance na cena – Peço-lhe.

– Esse homem, sou eu nessa vida passada. Sou triste, mas o coração bate forte quando vê aquela garota. Também sou um homem temente a Deus.

Vou à igreja todos os domingos, com os meus filhos. A minha esposa está muito doente e não sai de casa.

Quem cuida de minha esposa agora é a menina. Ela se chama Nádia. (pausa).

Eu me sinto péssimo, Osvaldo, quero acabar a sessão.

Na sessão seguinte, conversamos sobre suas sensações e sonhos que ele teve naquela semana, e, em seguida, fomos para o relaxamento.

– Vejo um velório… A minha esposa faleceu. Ela estava sofrendo muito. Fiquei só com meus dois filhos.

Não vejo mais a Nádia. Não a vejo em lugar nenhum, Osvaldo.

– Calma, volte na cena e a encontre – Peço ao paciente. (pausa).

– Como me sentia mal com relação aos sentimentos que nutria por ela, eu a mandei embora. A presença dela me incomodava. Não queria machucar ninguém. Mas me senti perdido sem ela, e, depois de um tempo, fui procurá-la.

– Avance na cena – Peço-lhe.

– Eu a encontrei morando em uma casinha bem simples. Ela estava estendendo as roupas no varal.

Nádia – eu a chamo – ela se virou e vi que estava grávida. Ao me ver ficou corada, e só ficamos nos olhando. Ela continuava linda. Grávida então, meu Deus, era um anjo! Não tive coragem de falar nada, Osvaldo. Vou embora. Voltei pra casa muito, mas muito triste. (paciente fala chorando muito). (pausa).

O que você vê agora? – Peço-lhe.

– Vejo um ser espiritual, uma mulher aqui no consultório… Parece ser a minha esposa que morreu nessa vida passada. (fala emocionado, chorando copiosamente).

– Ela fala que é a minha mentora espiritual, e me agradece por ter respeitado o nosso casamento, porém, revela que a Nádia é a minha verdadeira alma gêmea, e que ainda vamos nos reencontrar na vida atual.

Ela pede para que eu volte a visitar os meus pais da vida presente. Realmente, não os vejo já faz um tempo.

Ela está dizendo que serei muito feliz ao reencontrar a minha alma gêmea, e que na vida atual terei dois filhos com ela. (pausa).

Pergunto à minha mentora espiritual onde posso encontrá-la?

Ela me pede calma, diz que o lugar exato não tem permissão para me falar, mas que irei encontrá-la, isso não há dúvida. Agora, ela me agradece e vai embora.

Passados oito meses da última sessão, o paciente me ligou e disse que queria falar comigo; então, o convidei para passar aqui na clínica para tomarmos um café, e ele me contou as novidades.

Ele me disse: – Osvaldo, eu a encontrei. Encontrei minha alma gêmea, a Nádia. E sabe onde ela estava?

– Nem imagino, respondi sorrindo e muito curioso!

– Na casa dos meus pais. Uma moça veio trabalhar na casa deles. Fazia anos que eu não passava lá. Quando a minha mentora espiritual falou para que eu fosse lá, não dei muita atenção. Mas vinha um chamado dentro de mim. E, na semana seguinte, fui jantar na casa dos meus pais e tomei em choque quando vi uma moça linda na porta me esperando. Era ela, Osvaldo, tinha os mesmos olhos! Ficamos um tempo nos olhando até a voz da minha mãe ecoar no corredor – Entra meu filho!

Não consegui me conter, comecei a chorar, era uma mistura de alegria, vontade de abraçá-la.

Osvaldo é claro que na vida atual ela não tem o mesmo corpo físico daquela vida passada, mas os olhos, meu Deus, são os mesmos!

Bem, resumindo: estamos apaixonados e noivos. É claro que a minha família está contra. Meus pais me questionaram: – Como vou casar com uma moça cuja realidade socioeconômica é tão diferente da minha?

Mas, Osvaldo, não estou nem aí! O que importa é ser feliz com ela e ter meus filhos.

As pessoas sempre julgam, e uma coisa eu aprendi na vida: ninguém agrada ninguém. Então, vou ser feliz com a mulher de minha vida.  É isso que me importa!




Fonte: https://osvaldoshimoda.com/2013/09/09/onde-esta-sua-alma-gemea/