"Mediunidade é o ato de ceder seu corpo a uma alma desconhecida."
Entendemos simploriamente como mediunidade o ato da incorporação de um espírito em um corpo material para fins diversos. Este termo é comum dentro das doutrinas afro e do espiritismo.
Quando o médium chama seu mentor espiritual, que é uma alma desencarnada, este vem e toma o corpo do médium, apossa-se da mente e dos atos, e passa a comunicar-se utilizando o aparelho da fala do médium, assim como locomove- se com as pernas e gesticula com os braços. O médium está literalmente tomado por essa força espiritual, sem consciência ou capacidade de resisti-la.
Esse fenômeno mediúnico causa medo em alguns e apaixona outros; é um tema difícil de se posicionar, mas muito amplo. Algumas pessoas, cuja crença extrapola o limite da razão, seguem piamente os ensinamentos desses espíritos que falam pelos médiuns. Não observam sequer se as reuniões têm um fundo científico ou filosófico, se as entidades têm preparo para tal coisa.
Veja bem, não estamos contrários às religiões que adotam e as técnicas; somos contra a falta de lógica das pessoas e o fanatismo.
Quando apresentamos os planos astrais, tentamos mostrar que os verdadeiros espíritos de luz estão muito longe dos interesses carnais, têm preocupações muito maiores. Isso não quer dizer que ria o possam ocorrer minados. Isso é o mínimo que pode ocorrer.
Já os espíritos que habitam o vale das sombras estão muito mais próximos de nós e interessados em compartilhar nossos problemas. Estão mais apegados às coisas terrenas.
Não nos cabe interferir de forma alguma nas questões religiosas, mas ainda assim gostaríamos de dizer que fisicamente a incorporação é impossível: dois corpos não ocupam o mesmo lugar no Universo. Esta lei é inquestionável!
Como podemos admitir a mediunidade sem a incorporação?
Simples, a mediunidade pode ser vista como o contato telepático com outras dimensões vibracionais e principalmente com entidades que nos sejam simpáticas. Dessa forma, a probabilidade de contato com forças inferiores é menor, você, ou melhor, o médium, canaliza sua força mental a um plano de luz.
Observando a mediunidade dessa forma diremos que não ocorre a incorporação, mas um transe, em que saímos do nível mental, adentramos o nível psíquico completamente esquecidos de nossos sentidos. Telepaticamente recebemos informações que passamos sem percebermos a existência de nosso corpo. Agimos de modo involuntário, enquanto ocorre o transe.
A mediunidade é coisa séria?
Sem dúvida alguma, é um ato de comprometimento com as forças espirituais que nos são afins e principalmente com as pessoas que buscam nos médiuns um auxílio.
Allan Kardec definiu muito bem a mediunidade; deu a ela a importância que lhe cabe, mas nunca se deixou enganar por falsos médiuns nem por barbaridades que são acometidas em nome da espiritualidade. Lembre-se, Kardec era um cientista, um educador.
Allan Kardec, um estudioso, criador da doutrina espírita, sempre alertou para as fraudes e problemas psicológicos que poderiam modificar o rumo de sua doutrina. Na maioria das vezes em que ele expôs suas experiências iniciou-as com os fenômenos das mesas giratórias e demais fatos de ordem auditiva, somente muito depois ocorreram às comunicações mediúnicas.
O homem é capaz de viajar a qualquer nível vibracional, assim como a alma, portanto, a comunicação, apesar de nem sempre ser satisfatória, é possível.
O fenômeno da mediunidade é interessante, pois as mentes são livres, tanto a do médium como a da alma, e podem-se entrelaçar e trocar informações em um plano vibracional que não seja de nenhum dos dois. Assim daremos uma classificação interessante: Mediunidade é o dom do homem, viajar ao encontro de outras mentes tão ou mais intelectualizadas, e que habitam diferentes esferas vibracionais.
Allan Kardec teve muito tempo para estudar e pesquisar os fenômenos mediúnicos e perceber o que era fraude e o que era real. Talvez o fato dele não ter sido médium facilitou demais seu trabalho. Ele não era influenciado pela ação dos espíritos, agia meramente como observador, encontrando defeitos e falhas nas atitudes dos médiuns.
Como decodificador do espiritismo, atribuímos a Kardec o importante papel de filósofo da espiritualidade contemporânea.
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