segunda-feira, 1 de outubro de 2018

O verdadeiro encontro entre Almas Gêmeas


(Quando ler no texto “alma” com “a” minúsculo, entenda como “jiva”, o ego e, quando ler “Alma” com “A” maiúsculo, entenda como o Atman ou Deus em nós.)

As almas gêmeas existem e o verdadeiro encontro entre elas é regado por doce e profundo romantismo, pois é um encontro entre almas. O romantismo entre almas é puro, inocente como o encontro doce entre crianças. Em essência, a Alma é perfeita em si mesma, pois é o Atman. Como tal, não necessita de uma contraparte, mas quando a Consciência desce aos reinos causal, astral e físico, surgem as chamadas almas gêmeas como polaridades de um mesmo Eu.

Visualize uma vela. Faça de conta de que a vela representa o Eu maior, o Atman. No reino do Absoluto não existe dualidade, portanto, só há uma vela que é a Consciência pura, imaculada. Essa mesma vela, o Atman, no reino da ilusão ou dualidade, é dividida em duas, o que acaba gerando as almas gêmeas.

Elas existem, mas somente no reino da dualidade, não no Absoluto. No Absoluto ou Nirvana, o estado puro, somente Atman é real. O surgimento das almas gêmeas ocorre com a queda do estado Nirvânico para os reinos causal, astral e físico, a mesma queda narrada no Gênesis do Antigo Testamento, a Torá. Adão e Eva representam as consciências gêmeas de toda a humanidade. Ao descer do elevado estado de Consciência Edênica, a Alma, sempre pura e única, dividiu-se em duas polaridades complementares: Adão e Eva, ou seja, as forças da razão e da emoção tanto no homem quanto na mulher.
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Aqui, no reino da dualidade, as almas gêmeas se encontram com o propósito de acelerar a própria evolução. O encontro entre elas é uma benção para a humanidade. Rama e Sita, Francisco e Clara de Assis, Krishna e Radha, Ramakrishna e Sarada Devi, são alguns exemplos desse sublime reencontro.

Claro que, entre almas tão excelsas como as que acabei de citar não há o contato físico ou sexual. Santos e avatares superaram as limitações carnais e esse encontro puro existe apenas para a elevação da consciência de milhões.

No panteão hindu vemos os deuses (as forças cósmicas que representam o Deus único) com as suas respectivas contrapartes. Brahma, o Pai, o manifestador cósmico com Sarasvati, a deusa da sabedoria, das artes e da música. Vishnu, o preservador cósmico, o Filho, com Lakshmi, a deusa da beleza, da fortuna e da generosidade e Shiva, o destruidor cósmico, o Espírito Santo, com Parvati, a deusa Shakti, a força suprema do universo.

Quando autênticas almas gêmeas se encontram, o amor é indescritível. Existe um poderoso laço de união. Esse tipo de encontro é raro e somente está predestinado ao sucesso quando ambos elevam suas consciências, buscando o reino de Deus e não os fugazes prazeres dos sentidos.

O verdadeiro encontro entre almas gêmeas é uma tremenda força espiritual capaz de levar o casal à realização divina. Não que não existam percalços, dificuldades, inclusive para estarem juntos, pois maya trabalha no sentido de impedir tal união, mas, seja como for, a verdadeira união entre almas gêmeas será, sempre, de grandes afinidades e o intenso desejo por crescimento espiritual. Sentir-se completo, realizado ou realizada na presença do ser amado é o requisito primeiro em tal relacionamento.

Quando não há crescimento espiritual, quando não há autêntica alegria na presença da pessoa amada, desconfie! Ali não há o verdadeiro encontro entre almas gêmeas. Mas, lembre-se, mais vale o encontro entre almas afins do que entre supostas almas gêmeas que não caminham em direção a Deus.

Soulmates

As verdadeiras almas gêmeas caminham para a felicidade interior e construção de um mundo melhor, pois a meta final desse encontro é o reencontro consigo mesmo, o Atman, a origem edênica. O real encontro entre almas gêmeas é uma bênção para o mundo.

Muita Luz, Gratidão


Edgar Martins
Postado por Patrizia Gardona

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